12ª Feira Agroecológica Frutos da Resistência

A tarde do sábado, dia 14, foi de refortalecer as energias. Na 12ª edição da Feira Agroecológica Frutos da Resistência, foram vários momentos. Apresentação da Banda Kalunga Quilombola, com músicas novas, com as mensagens de luta do povo negro. Mensagens de mobilização para a luta contra a ADI 3239 e o Marco Temporal, que entra em pauta no STF esta semana e que merece atenção devido ao risco que impõe a territórios quilombolas já estabelecidos. Teve banca de sementes crioulas, presença guarani e quilombola, ares do pampa com a presença do Grupo Biodiversidade e seus frutos agroecológicos. Teve a presença de representantes da Ocupação povo Sem Medo de Porto Alegre (MTST – Rio Grande do Sul). Mensagens de que a luta continua. Abraços, olhares, troca de saberes.

Para sentir um pouco mais, aqui mensagem do cacique Jaime, do Jamaica, do Quilombo dos Machado e uma música da Kalunga. Todos dizendo que a luta continua

Quilombolas alertam para luta contra ADI 3239

Aqui a mensagem da Jamaica, representação do Quilombo dos Machado, e do Sérgio Fidélix, do Quilombo dos Fidélix, ambos da Frente Quilombola RS, alertando sobre a ADI 3239 e falando sobre as mobilizações desta semana.

Nas fotos abaixo, um pouco do clima de como foi.

Não ao REDD, tamboreiras e agroecologia na 10ª edição da Frutos da Resistência

No sábado, dia 8 de julho, aconteceu a décima edição da Feira Agroecológica Frutos da Resistência. Com o tema Justiça Climática: as questões climáticas na conjuntura política brasileira e o impacto sobre os territórios, a feira contou com uma exposição de desenhos sobre o tema, além da presença do povo guarani da Aldeia do Cantagalo, do Sabão da Terra do Quilombo do Sopapo, do Coletivo Somos Soma, da Hortaria do Vale de Maquiné, da banca da Frente Quilombola.

 

 

A rádio-poste teve na sua programação uma entrevista com a pesquisadora Fabrina Furtado, autora do livro REDD+, O Mercado de Carbono e a Cooperação Califórnia-Acre-Chiapas: legalizando os mecanismos de despossessão.

Fabrina contou sobre a motivação da pesquisa prévia no Acre: a criação do governo estadual do que se chama hoje de “Sistema de incentivos a serviços ambientais”. Falou o como isso representa o mercado do carbono, promovido como um dos principais instrumentos para enfrentar a mudança climática. Segundo Fabrina, não passa de um mecanismo de flexibilização, uma falsa solução que não resolve a alteração do clima, pois não age sobre a produção, o transporte, o consumo, etc, mas sim institue o direito ou não de emitir carbono. Direito adquirido através de negociações em bolsas de valores. No caso do Brasil, política impulsionada pelo Artigo 41 do Novo Código Florestal — que completou 5 anos de aprovação e é alvo de 4 ações de incostitucionalidade no Supremo Tribunal Federal. Fabrina ainda falou sobre a importância da articulação entre os territórios para resistir a esse processo. “Da mesma forma que se articulam para avançar através de espaços totalmente por fora do que podemos chamar de minimamente democrático, é crucial que nos articulemos também. No caso de Acre-Chiapas-Califórnia, é justamente a articulação entre esses três povos que tem sustentado o fato do governo da Califórnia ainda não ter aprovado a compra de créditos de carbono em Chiapas e no Acre”.

Ouça a entrevista na íntegra:

Leia o livro REDD+ AQUI.

A feira contou com a participação cultural, com um ensaio aberto, das tamboreiras do grupo Iyalodê Idunn.

Do iorubá, Iyalodê Idunn significa “Senhora felicidade”. O grupo se reúne no ponto de cultura Quilombo do Sopapo — saiba mais sobre o espaço AQUI. Uma das canções tocadas foi Emôrio. Veja:

A Feira Agroecológica Frutos da Resistência acontece todo o segundo sábado de cada mês.

Especialmente em Agosto, será no primeiro, dia 5. Veja mais fotos da décima edição: 

 

Assista o documentário “Mercado Verde: a financeirização da Natureza”

Produzido pelo Amigos da Terra Brasil em parceria com a Sucupira Filmes, o documentário: “Mercado Verde: a Financeirização da Natureza” apresenta diversos casos pelo Brasil em que os processos de Mercantilização e Financeirização da Natureza transformam bens comuns, fundamentais à vida, em mercadorias privadas passíveis de transações comerciais, lucro e especulação. Esses processos estão em curso em todo o mundo e são amparados em acordos internacionais de livre comércio e em legislações como o Novo Código Florestal, que abrem as portas para grandes corporações explorarem os territórios e que criam uma arquitetura de impunidade para quem viola direitos de comunidades.

O filme aborda as violações de direitos nos territórios provocadas pelos agentes da Financeirização da Natureza, que passa pelas violações da monocultura de eucalipto e soja no Bioma Pampa, intoxicação de todo o ecossistema à margem do Rio Doce pela Samarco (Vale do Rio Doce e BHP Billinton), extermínio de indígenas no Mato Grosso do Sul por latifundiários, ataques aos quilombolas e povos originários através de legislações elaboradas por ruralistas. Por fim, a cooptação do Estado que impulsiona a impunidade das grandes corporações violadoras.

O documentário também apresenta alternativas de resistência a esse sistema, como a troca de saberes entre comunidades, a perpetuação de manejos anscestrais, a valorização da biodiversidade dentro dos biomas.

Para expor estas situações, o vídeo traz diversas entrevistas e depoimentos.

> Marília Gutierrez, assentada da reforma agrária em Herval do Sul (município do Bioma Pampa) e integrante do Grupo Biodiversidade;

> Lúcia Ortiz, Coordenadora Internacional do Programa de Justiça Econômica e Resistência ao Neoliberalismo da Federação Amigos da Terra Internacional;

> Roberto Liegbott, do Conselho Indigenista Missionário;

> Onir Araújo, advogado e integrante da Frente Quilombola e da Organização Nacional Pela Libertação do Povo Negro (OLPN);

> Giovani Krenak, indígena da etnia Krenak;

> Antonio Sepezeiro, quilombola de Sapé do Norte, Espírito Santo.

> Entre outras falas e experiências.

Além de apresentar imagens originais do Amigos da Terra, traz vídeos do Coletivo Catarse, do Conselho Indigenista Missionário, do Amigos da Terra França, da Articulação dos Atingidos pela Vale, da Rádio Mundo Real.

Te convidamos a assistir o documentário e a difundí-lo nas suas redes para que possamos seguir lutando pelo fim da impunidade das grandes corporações e pela construção da soberania alimentar e dos povos nos territórios.

O documentário teve apoio do Fundo Brasil de Direitos Humanos, Fundação Henrich Boll, Siemenpuu Foundation.

Nos ajude a difundir o filme. Tweets sugeridos:

#Estreia: Assista ao documentário “Mercado Verde: a financeirização da Natureza” >>> http://bit.ly/DocMercadoVerde

Está na rede: “Mercado Verde”, documentário sobre o processo de financeirização da Natureza disponível online >>> http://bit.ly/DocMercadoVerde

Doc “Mercado Verde”: pelo fim da impunidade das corporações e pela construção da soberania dos povos nos territórios http://bit.ly/DocMercadoVerde

Assista: 

Assista ao documentário “Sementes: bem comum ou propriedade corporativa?”

Produzido conjuntamente por oito organizações da América Latina e editado pela Rádio Mundo Real, do Uruguai, o documentário “Sementes: Bem comum ou propriedade corporativa?” reúne experiências e lutas dos movimentos de defesa das sementes criolas e nativas na América Latina, desde Equando, Brasil, Costa Rica, México, Honduras, Argentina, Colombia e Guatemala.

As protagonistas são as sementes crioulas, nativas, nossas, nas mãos das comunidades campesinas e dos povos indígenas. O documentério aborda a defesa das sementes nativas como parte integral da defesa do território, da vida e da autonomia dos povos, a relação entre as mulheres indígenas e as sementes nativas, o fluxo das sementes entre as comunidades, a história da origem do milho, as cerimmônias maias sobre a importância das sementes, os agradecimentos e as bençãos às sementes, as feiras e intercambio de sementes e as experiências locais de recuperação e manejo de sementes crioulas.

Também estão presentes as lutas contra as leis de sementes e contra o UPOV 91, contra a imposição de sementes transgênicas, a denúncia e devastação que implicam os transgênicos, e a resistência às pulverizações e ao avanço do agronegócio.

Convidamos você a ver o documentário e compartilhar o vídeo para seguirmos defendendo as sementes como patrimônio dos povos a serviço da humanidade no caminho da soberania alimentar.

O Coletivo de Sementes de América está composto por: Associação Nacional para o Fomento da Agricultura Ecológica (ANAFAE) de Honduras, Rede Nacional para a defesa da Soberania Alimentar em Guatemala (REDSAG), Rede de Biodiversidade de Costa Rica, Grupo Sementes de Colômbia, Ação Ecológica do Equador, Articulação Nacional de Agroecologia do Brasil, Ação pela Biodiversidade de Argentina e GRAIN.

Veja “Sementes: Bem comum ou propridade coporporativa?”:

SEMILLAS, ¿bien común o propiedad corporativa? from Radio Mundo Real on Vimeo.

Ajudenos a difundir esta informação! Tweets sugeridos:

Novo documentário sobre a defesa das sementes crioulas e nativas da América Latina: https://vimeo.com/218841301

#Estreia: “Sementes: Bem comum ou propriedade corporativa?”, ode às sementes nativas e crioulas de #AméricaLatina https://vimeo.com/218841301

“Sementes: Bem comum ou propriedade corporativa?”, documentário sobre a defesa da semente nativa na América Latina https://vimeo.com/218841301

9ª edição da Feira Agroecológica Frutos da Resistência

 

 

 

 

 

 

 

 

Registros das trocas, encontros, compartilhamentos da nona Feira Agroecológica Frutos da Resistência #9, que aconteceu este sábado em frente ao Amigos DaTerra Brasil.

<a data-flickr-embed=”true” href=”https://www.flickr.com/photos/154989916@N03/albums/72157693108848085″ title=”9ª Feira Agroecológica Frutos da Resistência (10/06/2017)”><img src=”https://farm5.staticflickr.com/4662/28334985369_8fec627a3d_z.jpg” width=”640″ height=”427″ alt=”9ª Feira Agroecológica Frutos da Resistência (10/06/2017)”></a><script async src=”//embedr.flickr.com/assets/client-code.js” charset=”utf-8″></script>

Basta de ordem pública contra os de baixo!

Três militantes do MTST — Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto foram detidos em São Paulo, no dia 28, durante os protestos da Greve Geral. Luciano Antônio Firmino, 41 anos, Juraci Alves dos Santos, 57, e Ricardo Rodrigues dos Santos, 35, estão na 63º DP em prisão preventiva, sem prazo de duração, no aguardo de uma vaga prisional (http://bit.ly/2pORIAm). Não há provas sobre nenhum dos crimes de que são acusados: lançamento de rojão contra a Força Nacional e incêndio em via pública. Não foram encontrados resquícios de rojão no local em que Juraci e Rodrigo foram presos, nem no carro de Juraci ou até mesmo em uma Paróquia que a polícia invadiu atrás de provas. No caso de Luciano, nenhum pneu foi queimado onde estava. As únicas provas são os depoimentos dos policiais.

Não por acaso, Luciano, Juraci e Rodrigo são negros, em mais um caso de perseguição a essa população e de racismo institucional incrustado em nosso país.

Segundo a a juíza estadual Marcela Coelho, “as prisões são necessários para o mantenimento da ordem social”. Questionamos que ordem social é essa em que o direito à greve é criminalizado? Em que um capitão da Polícia Militar de Goiás provoca com uma cassetada traumatismo craniano em um estudante e fica impune (http://bit.ly/2p1dOvk)? Em que a PM do Rio de Janeiro interrompe falas de um vereador com bombas de gás lacrimongêno como nos tempos da ditadura civil-militar (http://bit.ly/2p1dg8K)? Que ordem social é essa que, enquanto indígenas denunciam o genocídio do seu povo no Acampamento Terra Livre em Brasília, sem serem escutados pelo poder público, mas sim recebidos com bombas pela Polícia Legislativa, seus parentes do Maranhão, os índios Gamelas, são esfaqueados e baleados por fazendeiros e capangas, acobertados pela polícia (http://bit.ly/2qp9Iye)? Que ordem social é essa em que, enquanto direitos trabalhistas são suprimidos a portas fechadas, retrocesso que vai agravar a precarização da vida do povo negro, dos povos originários, das mulheres, dos de baixo desse país, protestos são reprimidos com violência? A ordem social do Brasil está comprometida justamente por medidas criminalizatórias como a da juíza Marcela Coelho, que acoberta os exploradores de cima e encarcera os de baixo.

Amigos DaTerra Brasil, como membro da Federação Amigos da Terra Internacional, presente em 75 países, e articulados regionalmente como Amigos da Terra América Latina e Caribe(Atalc Foei) pela Justiça Ambiental, denuncia as três prisões políticas da Greve Geral do dia 28. Solidariedade ao Luciano, Juraci, Rodrigo e suas famílias e ao Movimento do Trabalhadores Sem Teto.

Pela não criminalização de quem luta!
Lutar não é crime!

Grupo Carta de Belém convida: As incostitucionalidades do Novo Código Florestal e a privatização dos bens comuns

O Código Florestal foi um dispositivo legal criado em 1965 usado nas lutas socioambientais no campo, inclusive para a promoção da reforma agrária. Puxado pelo agronegócio, em 2012 aconteceu a revogação desta legislação através da Lei 12.651. A nova lei, conhecida como Novo Código Florestal, entre outros pontos:

– Reduziu os padrões de proteção ambiental;

– Deu anistia aos desmatadores;

– Flexibilizou a fiscalização do agronegócio;

– Regulamentou a grilagem de terras;

– Descaracterizou as áreas de preservação permanente e as de reserva legal.

O Novo Código transmutou espaços especialmente protegidos em espaços de produção econômica. De ferremanta de proteção ambiental se converteu em leis facilitadoras da privatização da natureza, a serviço do agronegócio, das multinacionais e do Estado cooptado.

No entanto, a nova legislação não está consolidada. O Novo Código Florestal está sendo questionado no Supremo Tribunal Federal por três Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs 4901, 4902 e 4903) (http://bit.ly/AdisCF). Além disso, a bancada ruralista conquistou a prorrogação do prazo do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para 2017.

Mesmo com as incostitucionalidades, as alterações do Novo Código Florestal Federal pautaram as discussões na Assembleia Legislativa em 2016. Duas comissões foram criadas para discutir a necessidade de alterações da legislação estadual (Códigos Florestal e Ambiental do Rio Grande do Sul) para se adequar a legislação federal.

Para falar sobre o assunto de dentro da Assembleia Legislativa, o Grupo Carta de Belém convida Larissa Packer, que, na última década, participou ativamente dessa resistência, integrando diferentes fronts: o Núcleo de Estudos de Direito Alternativo da UNESP, como estudante; a Promotoria de Justiça Ambiental e de Conflitos Fuundiários de Ribeirão Preto, como estagiária; a Organização Terra de Direitos, como advogada popular. Larissa é autora do livro “Novo Código Florestal e Pagamentos por Serviços Ambientais. Regime Proprietário sobre os bens comuns”. É graduada em Direito pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2007) e mestre em Filosofia do Direito pela Universidade Federal do Paraná (2010). Foi professora de Teoria Geral do Estado e Ciência Política e militante na área do direito socioambiental e direitos humanos, atuando especificamente no marco regulatório do Código Florestal, na construção dos direitos coletivos ao conhecimento tradicional associado à biodiversidade e agrobiodiversidade e em ações civis públicas na área de biotecnologia e organismos geneticamente modificados.

O Grupo Carta de Belém é uma articulação nacional criada em 2009 que tem por objetivo fortalecer e ampliar o campo político de crítica às propostas de mercantilização dos bens comuns e da natureza; e reforçar e propor a criação de políticas públicas estruturantes que apoiem e fortaleçam os modos de produção sustentáveis da agricultura familiar e camponesa, extrativistas, dos povos e comunidades tradicionais. Atualmente o grupo é formado, dentre outras organizações, por Amigos da Terra Brasil, CUT, FASE, FETRAF, FAOR, FMCJS, INESC, Jubileu Sul Brasil, Rede Brasil, Terra de Direitos, além de organizações que compõem a Via Campensina Brasil. Mais informações http.://cartadebelem.org.br

O que?

As incostitucionalidades do Novo Código Florestal e a privatização dos bens comuns, com Larissa Packer.

Quando?

20 de abril, às 19 horas.

Onde?

Espaço de Convergência Adão Pretto, Assembleia Legislativa do RS.

ENTRADA GRATUITA

Mais informações:

Amigos da Terra Brasil

Fone: (51) 3332.8884

E-mail: secretarianatbr@gmail.com

8ª edição da Feira Agroecológica Frutos da Resistência

Sábado, dia 8, aconteceu a oitava edição da Feira Frutos da Resistência. Além da já habitual presença dos parceiros dos territórios (Quilombo do Sopapo, Somos Soma, Grupo Biodiversidade, Hortaria de Maquiné), tivemos a banca do veneno, que destacou alimentos com alto índice de agrotóxicos e conteúdos que tratam da relação da indústria alimentícia com a bancada ruralista. As violações do agronegócio foi o tema de um debate, na rádio poste, com a participação Letícia Paranhos e Patrícia Gonçalves, do Amigos DaTerra Brasil, Onir Araújo, da Frente Quilombola RS, e Mônica Gonçalves, do Grupo Biodiversidade.  A Feira Frutos da Resistência acontece todo o segundo sábado de cada mês, em frente ao Amigos da Terra Brasil. Fotos de Douglas Freitas e Lia Gonçalves.

<a data-flickr-embed=”true” href=”https://www.flickr.com/photos/154989916@N03/albums/72157690187150482″ title=”8ª Feira Agroecológica Frutos da Resistência (08/04/2017)”><img src=”https://farm5.staticflickr.com/4765/25243472357_18699967b0_z.jpg” width=”427″ height=”640″ alt=”8ª Feira Agroecológica Frutos da Resistência (08/04/2017)”></a><script async src=”//embedr.flickr.com/assets/client-code.js” charset=”utf-8″></script>

7ª edição da Feira Agroecológica Frutos da Resistência

“Que consigamos traçar, pensar juntos um plano, uma proposta de mundo que a gente realmente acredite. Que não seja essa forma injusta, essa forma que oprime muito fortemente alguns grupos. E quando a gente fala alguns grupos, as mulheres estão dentro deles. Opressão do Patriarcado, numa disputa de poder que é desigual. Há um histórico de forças que favorecem os homens, e as mulheres tem que enfrentar isso. No recorte da população negra, vemos nas mulheres ainda mais esse peso da desigualdade, que se desenvolveu desvalorizando as outras etnias, os negros, os indígenas. E é esta opressão que ainda sustenta alguns grupos”.

Esta foi parte da fala da Patrícia Gonçalves, do Amigos DaTerra Brasil, que abriu, na rádio-poste, a roda de conversa entre as mulheres e apresentou quem são algumas daquelas que resistem no território. O papo reuniu representantes do coletivo Somos Soma (Quilombo do Sopapo), do Grupo Biodiversidade (Herval-RS), do Quilombo do Areal, do Instituto Federal Campus Restinga e do Amigos da Terra e foi uma das atividades na tarde deste sábado, 11, em frente à CasaNat. Foi a 7ª edição da Feira Agroecológica Frutos da Resistência #7. Também teve música, com Pâmela Fontoura e Maíra Gonçalves e o lançamento do filme “Mercado Verde – A Financerização da Natureza”. Sinta o clima da Feira Frutos da Resistência através dos lindos registros de Lia Gonçalves.

<a data-flickr-embed=”true” href=”https://www.flickr.com/photos/154989916@N03/albums/72157693108108505″ title=”7ª Feira Agroecológica Frutos da Resistência (11/03/2017)”><img src=”https://farm5.staticflickr.com/4709/28334673779_6d58167c54_z.jpg” width=”640″ height=”360″ alt=”7ª Feira Agroecológica Frutos da Resistência (11/03/2017)”></a><script async src=”//embedr.flickr.com/assets/client-code.js” charset=”utf-8″></script>

Conheça a Retomada Guarani Mbya em Maquiné-RS

Desde sexta-feira, dia 27, 20 famílias Guarani Mbya retomaram a área da Fepagro (Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária), no Município de Maquiné, litoral Norte do Rio Grande do Sul. Os indígenas estão criando uma aldeia no local e reinvidicam a demarcação da área. Segundo o Cacique André Benites, a retomada é uma luta pelo futuro, pela preservação do espaço e pela perpetuação da cultura Guarani, mas também é uma luta pelo passado, pela memória dos ancestrais que ali viviam até mesmo antes da chegada do europeu e da intervenção do Estado. “A gente não está invadindo, só entramos em território que já era nosso. Por isso retomada”.

Segundo o Cacique José Cirilo, os guaranis nunca tiveram seus direitos totais garantidos. “O povo Guarani sofre muito, muitas famílias pela beira da estrada ou em pequenos pedaços de terra, o que nos faz sentir que estamos jogados. Para nós é importante esta retomada, estar dentro da mata, sermos livres”. A Fepagro é uma das fundações que está em processo de extição com os pacotes de cortes do Governador Ivo Sartori. “Se vai ficar na mão dos políticos, essa área vai ser um condomínio. Então nós queremos preservar. Por isso nós retomamos, porque queremos salvar os animais, os passarinhos, a água boa que corre aqui”. Cirilo é cacique da Aldeia Tekoa Anhetenguá, na Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. Assim que foi retomada a terra em Maquiné, se somou em solidariedade. “Tenho neto já. Com uma pequena área dentro da cidade de Porto Alegre não tem condições de ser criado dentro da cultura dele. Sou solidário aqui porque vai ampliando o território dos Guaranis, porque vamos ter mais acesso a viver na nossa cultura. Hoje vivemos em pequenas áreas como um passarinho cercado”. Até o começo da noite desta segunda-feira, nem a Funai, nem qualquer órgão público fez contato com os indígenas.

No Vale de Maquiné, local rico em Juçara e território com Mata Atântica, o Cacique José Cirilo, vê a área como um espaço muito adequado para o modo de vida Guarani. “Tem água boa, várias frutas que vão alimentar as crianças, frutíferas, nativas, araçás. Tem a riqueza da nossa cultura. Nunca os governos nos deram uma área boa como essa. Nos dão terras já usadas, que não servem mais para nada. Penso muito no que os Governos fazem. Nos tiram de territórios guaranis, nos jogam para a beira da estrada e sem condições, sem conseguirmos continuar com a cultura. Colocam limites, cercas, fronteiras. Tirando o nosso território. Nós queremos pelo menos um pedaço e a terra adequada. Essas políticas deveriam pensar, porque somos povos originários e donos da terra. Nós queremos que tenham respeito pela nossa cultura e pela nossa tradição”.

O Cacique André indica que qualquer doação é bem-vinda, principalmente alimentos, lona, roupas, ferramentas. O Amigos DaTerra Brasil (Rua Olavo Bilac, 92 – Cidade Baixa – Porto Alegre) e o Bar da Carla (Rua Lobo da Costa quase esquina com a José do Patrocínio) são pontos de coletas. Qualquer dúvida, entre em contato aqui pela página.

Fotos Douglas Freitas/Amigos da Terra Brasil.

Veja mais fotos neste link.

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